
Especialistas alertam sobre cuidados contra a leishmaniose
Demais dúvidas podem ser esclarecidas com a Unidade de Vigilância e Controle de Zoonoses pelo telefone 3218-5444
A leishmaniose visceral
canina conhecida popularmente como calazar, não se trata de uma
doença contagiosa pelo contato direto entre animal e humano. A transmissão se
dá pela picada do mosquito palha que anteriormente tenha sugado o sangue de um
animal infectado. O período de chuvas em Palmas contribui para a proliferação de insetos e o
aparecimento dos temidos mosquitos da dengue e do
calazar. Especialistas da Unidade de Vigilância e Controle de Zoonoses de
Palmas (UVCZ), os médicos veterinários Leandro da Silva Chaves e Pedro
Alexandre da Silva, esclarecem algumas dúvidas frequentes
sobre o contágio e dos cuidados para evitar a doença.
O que é Leishmaniose
Visceral?
É uma doença grave,
que afeta pessoas e animais, principalmente os cães, causada por um parasita
chamado Leishmania infantum. A leishmaniose visceral atinge,
especialmente, a medula óssea e órgãos como baço e fígado. Tanto pessoas quanto
os animais podem contrair a doença pela picada de um inseto conhecido como
mosquito-palha (flebótomo).
Como posso saber se
estou com essa doença?
Os sintomas são pouco
específicos para a doença e, como os sintomas são muito parecidos com os de
outras doenças, quem apresentar febre por mais de sete dias deve procurar o
Centro de Saúde da Comunidade (CSC), mais próximo.
Como saber se meu cão
tem leishmaniose visceral?
Os principais
sintomas são: feridas que não cicatrizam, principalmente ao redor dos olhos,
ponta das orelhas e focinho, emagrecimento, falta de apetite, conjuntivite,
crescimento exagerado das unhas, dentre outros. Por serem sinais clínicos
comuns a diversas outras doenças, apenas o exame laboratorial pode confirmar o
diagnóstico.
Meu cão pode estar
infectado, mesmo sem sinais clínicos?
Sim, o cão infectado
pode parecer sadio por tempo indeterminado, variando de meses a anos. A manifestação
da doença depende de cada organismo animal.
Onde posso fazer o
exame do meu cachorro?
O exame pode ser
realizado na Unidade de Vigilância e Controle de Zoonoses (UVCZ) de Palmas,
situada na Rodovia TO 0-80, Km 01, ao lado da garagem Central do Estado, em
horário comercial, para os residentes no município, ou em clínicas veterinárias
particulares.
O exame é realizado
através de amostra de sangue. Na rede pública, a UVCZ faz o teste rápido de
triagem e encaminha a amostra para o Laboratório Municipal realizar o exame
sorológico.
Caso positivo, o
tutor deve entregar o animal ou apresentar contra-prova, essa de mesmo exame
que o da UVCZ para confirmação, em prazo estipulado pela instituição.
Se os resultados
divergiram, uma terceira amostra será coletada e enviada para análise no
Laboratório Central de Saúde Pública do Tocantins (Lacen), caso positivo o
animal será recolhido, caso haja recusa, a demanda será passada para órgão
judicial.
Meu cão não tem a
doença. Como posso prevenir?
Diversas medidas podem
ser tomadas para evitar a transmissão da doença para os cães, dentre elas:
– Uso de coleiras
repelentes ao flebótomo;
– Uso de repelentes
spray (produto veterinário) nos cães;
– Vacinação para
Leishmaniose Canina – disponível em clínicas particulares;
– Evitar exposição do
animal ao inseto transmissor em horário crepuscular;
– Manter quintais e
áreas próximas às residências limpas e sem matéria orgânica;
– Manutenção de telas
milimetradas em portas e janelas;
Meu cão está com
Leishmaniose Visceral. O que deverá ser feito?
As opções são a
eutanásia ou o tratamento, aliado a todas as ações de prevenção citadas nas
respostas anteriores.
O tratamento, realizado somente em clínicas particulares, geralmente melhora a qualidade de vida do animal e minimiza ou elimina os sinais clínicos da doença. Na maioria dos casos, o cão continua com o parasita no organismo, e por isso, deve ter acompanhamento médico-veterinário periódico e constante. Importante lembrar que mesmo sendo tratado, devem ser usadas todas as medidas de prevenção para a doença.
O que é eutanásia?
A eutanásia é uma
medida de saúde pública recomendada pelo Ministério da Saúde para o controle da
doença. É um procedimento sem dor ou sofrimento, que pode ser feito pela UVCZ
ou em clínicas particulares, sempre acompanhado por um médico veterinário. Os
responsáveis que tiverem interesse podem acompanhar o procedimento.
Se eu conviver, fizer
carinho no meu cão infectado, posso contrair a doença?
Não, o contato
direto com o animal não viabiliza a transmissão.
O que devo fazer para
prevenir e controlar a transmissão da doença?
Mantenha seu
quintal sempre limpo eliminando material orgânico como restos de folhas e
frutos, lixo e fezes de animais, evitando a umidade nos terrenos e auxiliando
no controle populacional do inseto transmissor da doença. Não deposite lixo em
terrenos baldios ou locais inadequados. Use telas em portas e janelas de casa
ou dos canis. Outra ação importante é a castração dos animais para controlar a
transmissão da doença, por meio de controle populacional animal e diminuição de
possíveis reservatórios. Ao sair no entardecer, noite e amanhecer,
principalmente nas áreas de mata, períodos e locais de maior atividade do
mosquito-palha, use camisas e calças compridas, além de aplicar repelentes.