
Na Prefeitura de Palmas, mais de 6 mil mulheres contribuem com o desenvolvimento da Capital
A vivacidade para
cuidar da casa, dos filhos, curtir a vida ao lado de quem se ama e ainda
investir numa carreira profissional de sucesso são os aspectos da rotina, cheia
de atividades e ocupações, que as mulheres têm diariamente. Elas são conhecidas
por encontrar tempo e disposição para executar e conciliar essas tarefas,
mostrando dinamismo e determinação. Na administração pública municipal de
Palmas, as mulheres trabalham, ocupam e se destacam em cargos de
responsabilidade, contribuindo com o desenvolvimento da Capital.
Na Prefeitura de
Palmas, atualmente, contam do quadro de servidores 6.505 mulheres entre
efetivas, comissionadas, contratos temporários, estagiárias, agentes políticos,
bolsistas e conselheiras tutelares, num universo de um pouco mais de 9 mil
servidores. Um total de 96 delas exercem cargos de chefia, direção e
assessoramento como: diretoras, gerentes, procuradoras, coordenadoras,
superintendentes e presidências, atuando nas mais diversas áreas.
Mundialmente, o Dia
Internacional da Mulher é comemorado no dia 08 de março. A data foi criada no
ano de 1857, em Nova York, mas somente em 1975 foi definitivamente instituída
pela Organização das Nações Unidas (ONU). A homenagem nasceu a partir da luta
incessante das mulheres por seus direitos, por melhores condições de trabalho,
diminuição da carga horária e equiparação salarial com os homens.
Saúde
As mulheres são
maioria da população e as principais usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS),
o que demonstra ainda mais importância das agentes de saúde dentro desse
contexto, não apenas pela sua importância numérica, mas, especialmente, porque
neste campo as históricas desigualdades de poder entre homens e mulheres
implicam em forte impacto nas condições de saúde das mulheres.
A agente de saúde,
Edineuza Brandão, 52 anos, divorciada, mãe de quatro filhos e servidora do
município há 17 anos, garante que as mulheres têm conseguido avançar em todos
os campos de trabalho, tendo acesso, mesmo que de forma restrita, a cargos de
direção e desenvolvê-lo com excelência. “Existem ainda muitas barreiras, o
machismo, a violência contra a mulher dentro de casa, no trabalho, na sociedade
de forma geral. Mas eu acredito que nossa melhor arma é nossa organização e
informação, precisamos estar juntas para lutar e alcançar nossos direitos, além
de sensibilizarmos as outras mulheres que ainda vivem na eterna submissão”.
“Eu gosto muito do
meu trabalho porque ele me permite um contato direto com as pessoas, as
famílias, em especial as mulheres, podendo de alguma forma contribuir com a
melhoria da sociedade. Torço para que nós mulheres continuemos alegres
determinadas, bonitas. Porque somos lindas, e devemos seguir em frente na
conquista dos nossos sonhos”, disse Edineuza Brandão.
Educação
No último século a
história da educação foi construída também por mulheres que buscaram a
democratização da construção do conhecimento, colocando os alunos como
personagens principais desse processo de desenvolvimento, e sendo maioria
absoluta nas escolas públicas.
No município de
Palmas essa realidade se perpetua com a presença de muitas mulheres de todas as
idades. A senhora Maria da Glória Costa Barros, 72 anos, solteira, com uma
filha e dois netos, é a servidora mais idosa da prefeitura e ainda continua na
ativa, em sala de aula, com crianças das séries iniciais.
Ao longo dos seus
72 anos a professora dá uma lição de vida ao declarar amor pela profissão. “A
vida é muito corrida e nem sempre fácil. Sair de casa e trabalhar na minha
idade requer muita disposição, mas por outro lado, serve também como terapia.
Ficar dentro de casa o tempo todo se torna cansativo. O trabalho me valoriza muito”,
diz dona Maria da Glória.
“A mulher hoje tem
conquistado cada vez mais espaço, tem mais liberdade, principalmente quando
comparado com o passado. No entanto, ainda existe uma diferença grande entre
homens e mulheres. A mulher tem que acreditar em si, no seu trabalho,
valorizando-se como ser humano” concluiu.
Igualdade
Pesquisas recentes
comprovam o crescimento exponencial do número de mulheres em áreas
anteriormente conhecidas como tipicamente masculinas. Em razão desse avanço e
crescimento, hoje as mulheres ocupam funções nos canteiros de obras,
instituições financeiras, construção civil, gerências e administrações, entre
outras.
Na gestão municipal
são vários os exemplos de servidoras que ocupam essas posições. “O grande
avanço que a mulher conquistou nesse último meio século foi a superação, em
algum grau, da subserviência que tínhamos com relação às atividades
masculinas”, declarou a servidora, coordenadora de projetos, Raryane Monteiro.
A servidora que
trabalha na área de infraestrutura urbana e atividade econômica, que em tese é
uma área masculina, garante que esse pensamento cultural, que existe profissão
masculina ou feminina, é ainda, um dos grandes entraves no processo evolutivo.
“A mulher tem uma participação ativa na vida urbana. No entanto, essa atividade
sempre teve menor relevância. Atualmente temos grandes mulheres na arquitetura
e a importância que elas deram para a construção de cidades, desde o desenho
até o planejamento é bastante salutar, coisa impensada no passado”.
Raryane salienta
que é necessária também a manutenção de políticas públicas para mulheres,
pensada por mulheres. Por isso a importância da participação delas na tomadas
de decisões, para que ela se sinta parte desse processo. “Essa evolução está
acontecendo, em que a mulher assume um papel de preponderância na sociedade
como um todo”, disse.
Gestão
A prefeita em
exercício, Cinthia Ribeiro, declarou que são muitos os avanços alcançados pelas
mulheres, no entanto, são modestos, quando comparados com a necessidade que de
fato existe.
Segundo Cinthia
Ribeiro, mesmo as mulheres sendo a maioria da população e do eleitorado, na
hora de participar do processo eleitoral, encontram-se várias barreiras,
garantindo que não é diferente em qualquer outra área profissional. “A mulher
encontra barreiras em vários lugares, a começar dentro dos próprios partidos
políticos. Muitas vezes, até pela fragilidade financeira se subordina a certas
situações, quer seja no ambiente de trabalho, político ou familiar. Nossa
representatividade hoje é muito pequena, infelizmente as mulheres que chegam ao
espaço de poder são engolidas pelo contexto, não fazem valer sua
representatividade”.
“Fiquei viúva aos
36 anos, e foi na adversidade que busquei melhores oportunidades de vida, é o
que sugiro às mulheres, que se capacitem, que venham para as linhas de
discussão, que façam das próprias adversidades que encontram em vários lugares
uma causa de luta pelos seus direitos”, continua Cinthia.
Segundo a prefeita
em exercício, no País, no Tocantins e em Palmas há uma onda crescente de
criminalidade e violência contra a mulher. “Temos que pensar em políticas
públicas concretas e permanentes na estrutura do município, através de projetos
de lei, para que assim não sejam esquecidas em outras gestões” afirmou.
Cinthia garante que
mais que igualdade de direitos e deveres é preciso lutar por equidade, porque
tanto homens quanto mulheres têm especificidades que se complementam. “Eu
acredito numa sociedade onde a equidade é o princípio do equilíbrio. O nosso
maior desafio é trabalhar numa sociedade onde homens e mulheres possam dar a
mesma contribuição, e que sejamos inseridos e valorizados no mesmo contexto. O
grande desafio das mulheres nesse século e romper barreiras que ainda estão
muito arraigadas nessa sociedade que, infelizmente, é muito patriarcal”, finalizou
Cinthia Ribeiro.