24 novembro 2016 às 11:48

Prefeitura abraça projeto de ressocialização de socioeducandos do Case

A Prefeitura de Palmas, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Rural (Seder), está desenvolvendo o projeto de horta comunitária nas dependências do  Centro de Atendimento Socioeducativo de Palmas (Case).

 

A “menina dos olhos” dos socioeducandos é o projeto Socioeducar Unidos para Vencer, que envolve cerca de 36  internos  do Case e do Centro de Internação Provisória, que em dois turnos  preparam a terra e o plantio de hortaliças em uma área de aproximadamente 5 mil m².

 

O projeto envolve diretamente o corpo docente da Escola Estadual Mundo Sócio do Saber do Case e foi idealizado pela Defensora pública Maria do Carmo Cota,  que é coordenadora do Núcleo de Promoção e Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Nudeca).

 

Para Maria do Carmo, o trabalho comunitário na horta faz com que os socioeducandos se sintam produtivos e menos ociosos. “E uma oportunidade de estarem menos ociosos aqui dentro e desenvolver uma atividade laboral”, disse.

 

A diretora da escola, Valdeci Ramo de Araujo, acredita que com a nova reestruturação do projeto, os resultados são satisfatórios. “Estamos realizando um projeto pensado pela nossa equipe e que foi reestruturado com essa nova parceria da defensora pública do Estado, que com certeza nos trará resultados satisfatórios para os socioeducandos e para o corpo docente e funcionários do Case”, disse.

 

Horta comunitária

Em uma área interna do Case, os socioeducandos recebem orientações de um técnico e de um engenheiro agrônomo da Secretaria de Desenvolvimento Rural, para o lantio, construção e manutenção dos canteiros.


Nos canteiros é feito o plantio de mudas de milho, mandioca, alface, cebolinha, abóbora, rúcula, dentre outros.

 

O socioeducando L.F está recolhido na case por tentativa de homicídio. Enquanto preparava a terra para o plantio de uma muda de abóbora falou sobre o seu trabalho na horta. “Aqui cada um respeita o outro, pois  estamos focado no trabalho”, disse.


Já o adolescente T.D. S, recluso por praticar o crime de latrocínio (roubo seguido de morte), usava um rastelo para deixar o canteiro limpo.  Há dois meses no centro ele acredita que o trabalho na horta lhe trará uma experiência boa. “Quando eu sair daqui já tenho algo para fazer em casa”, ressaltou.

 

Para o técnico agropecuário da Seder, Bonfim dos Reis, os socioeducandos recebem toda orientação necessária para o plantio correto das hortaliças. “Desde a preparação do solo ao plantio correto das sementes”, disse.

 

Ministrando várias disciplinas aos internos, a professora da Escola Estadual Mundo Sócio do Saber do Case, Michele Araújo, acredita que as aulas práticas na hora comunitária são uma forma de torná-los menos ociosos. “Eles tinham necessidade de fazer algo e não ficar o dia todo ociosos e trancados,” ressaltou.

 

O chefe de Segurança da Unidade, Clauderlei Oliveira, vê com bons olhos a mudança no comportamento dos socioeducandos.  Ele elenca algumas mudanças. “Durante o trabalho na horta vamos conversando com eles, e percebemos que já diminuíram a ansiedade e as gírias, o que demonstra que a metodologia aplicada é progressiva e trazendo resultados positivos”, disse.

 

O analista jurídico da Defensoria Pública, Renato Augusto Marinho de Carvalho,  elencou as mudanças  que o projeto  está realizando dentro do Centro.  “Estamos realizando a reforma do bloco A, a piscina foi reativada, e também estaremos ofertando cursos profissionalizantes aos socioeducandos,” concluiu.

 

De acordo com o técnico agropecuário da Seder, Bonfim dos Reis, a ideia é ampliar a área com um pomar, o plantio de mudas nativas e frutíferas e jardinagem dentro das dependências do Case. “As hortaliças produzidas pelos socioeducandos serão usadas para o consumo próprio de servidores e reclusos do case”, explicou.

 

O projeto envolve diversas parceiros, como a Secretaria de Cidadania e Justiça, Senai, Senac, Secretaria Estadual  de  Infraestrutura, Fundação do Meio Ambiente,  e alunos do curso de Direito da Universidade federal do Tocantins (UFT), que ministram palestras aos socioeducandos e aulas de violão. 

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