Escola Sueli Reche utiliza técnicas de bioconstrução em projeto de nova biblioteca
Foi realizado no final de semana, o primeiro mutirão para a construção do novo espaço
Os desafios
ambientais que se apresentam à humanidade exigem que se repensem as formas de
satisfação das nossas necessidades, no que se refere à disponibilidade de água,
alimento, saneamento, energia e moradia. Em busca de difundir a possível
transição para um modelo de vida com menor impacto ambiental, a Escola de Tempo
Integral (ETI) Sueli Reche tem estimulado as práticas em permacultura e
bioconstrução como ferramentas para planejamento e implantação de ocupações
humanas mais sustentáveis.
Neste contexto, foi
realizado neste final de semana, o primeiro mutirão para a construção do novo
espaço destinado à biblioteca da escola, utilizando técnicas de biocontrução. A
atividade abordou aspectos teóricos e práticos do uso da terra crua como
material de construção natural, desde a escolha do material às técnicas mais
comuns utilizadas no Brasil. A proposta é construir conjuntamente com a
comunidade escolar, além da biblioteca, o grêmio estudantil. A atividade também
permite o resgate de conhecimentos tradicionais de construção que usam recursos
naturais e o fortalecimento da identificação comunitária.
Durante o processo
coletivo de construção, os participantes tiveram noções de escolha da terra,
preparação da massa, produção e assentamento de tijolos de adobe (tijolos de
terra crua), preparação da estrutura, preparação da massa e o enchimento do
pau-a-pique (taipa de mão), uso da terra ensacada para fundações e paredes (hiper
e super adobe) e revestimentos naturais à base de terra e aditivos naturais.
“O uso da terra crua
na construção constitui um saber tradicional milenar desenvolvido
simultaneamente em várias partes do mundo. É um material eficiente do ponto de
vista cultural, energético e bioclimático. Tratando-se de uma realidade rural é
ainda mais coerente o uso de recursos locais e a aplicação de técnicas que
possibilitem a autoconstrução, garantindo autonomia e qualidade de vida à
população rural”, considera o diretor da escola, Victor Fonseca.
A escola já possui a
Agroecologia como paradigma para transição sustentável, por meio do Projeto
Permacultura na Escola, que já rende frutos utilizados pela própria comunidade
escolar. Ainda com o propósito de conscientização ambiental e redução da emissão
de resíduos, também se encontra em desenvolvimento o Projeto Tijolo de
Plástico, que consiste na utilização de resíduos plásticos compactados em
garrafas PET para serem utilizados como material de construção.
Os novos mutirões que
darão continuidade aos trabalhos acontecem no dia 21 de março.