Queimadas: aceiros são alternativas de prevenção contra dispersão de fogo na zona rural
Agentes da FMA e parceiros realizaram visitas a propriedades rurais de Palmas no Dia D de Prevenção a Incêndios para alertar dos riscos e informar canais de denúncia
Fumaça, fuligem levada pelo
vento, baixa umidade do ar e animais silvestres buscando refúgio em áreas
edificadas. São apenas alguns das consequências que o fogo traz para o meio
ambiente e para o ser humano. Para alertar sobre os prejuízos do uso indiscriminado
do fogo, nesta quarta-feira, 05, Dia D de Prevenção a Incêndios, a Prefeitura
de Palmas e parceiros do Governo do Estado que fazem parte do Comitê do Fogo
realizaram visitas em toda zona rural da Capital.
Fundação de Meio Ambiente,
Defesa Civil e Guarda Metropolitana de Palmas compuseram os grupos de visitas a
16 diferentes rotas por toda zona rural da Capital. Nas orientações, os
moradores e chacareiros foram informados sobre os riscos do uso do fogo e
alertados sobre como a prática, que é crime ambiental, pode gerar de multa a
prisão.
Na região do Coqueirinho, a
dona de casa Tatiane Diuza Lima conta que no loteamento rural onde reside foi
cercado pelo fogo vindo de outras propriedades no ano passado. “O fogo chegou
muito perto. Sofri porque tenho problema no pulmão. Fiquei com muita tosse e
falta de ar. Foi muito difícil”, disse a dona de casa.
Na estiagem, uma alternativa
para ela e outros moradores de toda região, sujeita ao fogo muito em razão dos
ventos fortes vindos da Serra de Lajeado, são os aceiros. A abertura de faixas
limpas de vegetação pode prevenir a chegada do fogo que deixa toda a região
suscetível a incidentes graves.
O chacareiro Arnildo Antunes
já realizou a limpeza ao redor de sua chácara este ano. “Moro aqui desde 1983,
desde aquela época desce fogo da serra. Com Palmas nascida, continuou, ninguém
sabe quem põe o fogo. Tenho uma área pequena, que cuido para não queimar porque
já passei muito mal. Já fui para UPA quase morto, porque fiquei em casa e
inalei muita fumaça”, contou o chacareiro.
Estiagem
longa
Considerando todo o período
de estiagem, os meses de agosto e setembro são aqueles em que há mais
incidência de focos de calor na estiagem, neste Dia D a abordagem foi
estritamente educativa. “Estamos aqui não para fiscalizar ou punir nesse
momento, mas para pedir a colaboração de todos quanto ao uso do fogo e para que
tenham cuidado com o lixo produzido ali, destinando ele aos contêineres da
região. Queimar o lixo é um problema grave, mesmo folhas secas são um risco. A
queima gera um resíduo muito poluente para o ar e os ventos facilitam a
dispersão de fogo”, disse o diretor de Gestão Ambiental, Marcelo Grison.
Flagrante
Para garantir a punição
adequada àqueles que praticam o uso criminoso do fogo, é preciso o flagrante.
Por isso, qualquer morador ou testemunha pode ligar para os canais de denúncia
190 (Polícia Militar), 153 (Guarda Metropolitana) ou 199 (Defesa Civil) para
informar, mesmo que anonimamente, uso do fogo na zona rural ou urbana.
Vale ressaltar que o uso
controlado do fogo pode ser realizado, desde que autorizado pelo Instituto
Natureza do Tocantins (Naturatins) em propriedades rurais.
Também participaram da força-tarefa do Dia D em toda zona rural de Palmas a Defesa Civil Estadual, Companhia Independente de Polícia Militar Ambiental (Cipama), a Polícia Civil, o Corpo de Bombeiros Militar do Tocantins, o Naturatins, a Energisa, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), entre outros parceiros.
Revisão e postagem: Iara
Cruz