Casos de sucesso marcam terceira formação de especialistas em salas de recursos multifuncionais
Formação aconteceu nesta quarta-feira, 10, no Instituto Vinte de Maio
A terceira etapa da formação de
professores e especialistas das salas de recursos multifuncionais aconteceu
nesta quarta-feira, 10, no Instituto Vinte de Maio, e reuniu
profissionais das 53 salas que funcionam em unidades de toda a rede municipal
de ensino.
Dividida por temáticas, a formação
busca dotar os profissionais da educação especial de ferramentas para trabalhar
com as diversas demandas de alunos da rede e também da comunidade que
apresentam necessidades específicas, que extrapolam a sala de aula regular. O
evento marcou o início da formação em altas habilidades e superdotação e a
apresentação de um modelo único de parecer pedagógico que deve ser adotado em
toda a rede.
Assim como nas etapas anteriores da
formação, um espaço é dedicado à apresentação de casos de sucesso que ocorrem
nas salas, como forma não apenas de divulgar o trabalho dos colegas mas,
também como exemplos de práticas bem sucedidas passíveis de serem replicadas.
A professora Lívia Ribeiro trabalha
na sala de recursos da Escola Marcos Freire, que fica no Assentamento São João.
Para estimular o desenvolvimento cognitivo dos alunos, ela apresentou o Livro
Sensorial, confeccionado com figuras em cores, formatos e
texturas diferentes propícios à descoberta.
Da Escola Jorge Amado veio uma
experiência que já extrapolou a sala de recursos e expande seus benefícios. Ao
perceber que o aluno da Educação de Jovens e Adultos (EJA), Rainel Mário, que
também frequenta a sala de recursos no contraturno, tinha habilidades em
capoeira, o professor Israel Martins teve a ideia de iniciar um projeto para a
prática do esporte, com monitoria de Mestre Mário, como é chamado o agora
instrutor. Diagnosticado com deficiência intelectual e dislexia, o
desenvolvimento de Mário foi tamanho que o projeto de estendeu aos demais
alunos, e atualmente são 20 praticando capoeira. “É uma grande roda com toda a
escola”, comemora o professor.
Em um dia rico em vivências, o
mestrando em linguística pela Universidade Federal do Tocantins (UFT),
Cristiano Pimentel, trouxe sua experiência de superação, mostrando que as
dificuldades podem ser superadas com o esforço. Surdo de nascença, ele é
graduado em educação física e fluente na língua brasileira de sinais. Com
tradução da pedagoga e acadêmica de libras Shirley Mafra, Cristiano enfatizou a
língua como instrumento de inclusão de surdos. Para ele, professores que lidam
com todas as formas de necessidades especiais devem ser fluentes em libras, uma
alternativa à expressão oral que pode ser aplicada não somente a surdos. “Hoje
não sou mais mudo. Tenho voz por meio das minhas mãos. Mas antes das libras não
era assim”, disse, com tradução de Shirley.
Edição e postagem: Lorena Karlla