Cine Cultura recebe mostra inédita de filmes africanos
Mostra é uma realização da Jubalina Produções e Instituto de Cinema Pano Terra
Em celebração ao Dia da África, celebrado em 25 de maio, a Mostra de Filmes Africanos exibirá produções cabo-verdianas de forma gratuita no Cine Cultura, no dia 25, a partir das 18h30, e 26 às 20 horas. Estarão em exibição os filmes Mama, Sumara Maré, O Sonho do Relatador, Dona Mónica e Kmêdeus: Come Deus, que compreendem quatro curtas e um média-metragem, produzidos entre 2020 e 2023. A classificação é livre e a entrada é franca. A mostra é uma realização da Jubalina Produções e Instituto de Cinema Pano Terra.
A mostra é apresentada pelo Instituto Pano Terra com curadoria do cabo-verdiano Pedro José-Marcellino (diretor-executivo do Pano Terra) e realização da produtora Jubalina Produções em parceria com o Cine Cultura da Fundação Cultural de Palmas. A exibição é possível via articulações que vêm se formando há mais de dois anos, quando a produtora iniciou os trabalhos de pesquisa e produção em Cabo Verde de série audiovisual brasileira e tocantinense. Daí por diante, vem buscando novas parcerias de realização e apoios, inclusive na formação de plateia, e para o desenvolvimento das relações artístico-culturais entre o continente africano e o norte do Brasil.
O Pano Terra atua para fortalecer o ecossistema de produção cabo-verdiano e exportar seus produtos e talentos para o mercado global. De acordo com Juliane Almeida, os elos culturais entre Cabo Verde e o Brasil superam a distância geográfica, sendo então bem próximas as pontes culturais. “A mostra é uma forma de conexão com a história e vivência de Cabo Verde”, declara a realizadora. O curador José-Marcellino complementa que o projeto, de forma ulterior, se volta à criação de pontes dialógicas e ao desenvolvimento profissional entre Brasil e Cabo Verde. “Consideramos que a influência cultural do Brasil no cinema e cultura cabo-verdianos (e vice-versa) estimulam as relações que desde há séculos unem os dois locais”, ressalta.
Outras mostras do Instituto já estão com programas planejados no Brasil em Salvador e também em Portugal, Suíça e França. Em Palmas, no Tocantins, esta primeira mostra é realizada também com o os apoios de Produza Marketing Cultural, Sucupira Filmes, Cumbuca Criativa, Estúdio Estiagem e Contexto Produção Cultural.
Sinopses
Mama: Quando as conversas entre uma mãe e sua filha são abruptas e permanentemente interrompidas pela morte, a filha começa a busca pela nova forma de estar e relacionar-se com a mãe que partiu. Vê-se numa viagem pelas memórias e depara-se com acontecimentos que a maturidade lhe permite ressignificar. Produção/Direção: Natasha Craveiro.
Sumara Maré: Curta documentário experimental performativo que narra esta destruição ambiental através das performances de Betty e de Ondiana, mãe e filha, em conjunto com as vozes das mulheres que apanham areia para sobreviver, Chepa, Tina e Patrícia – mostrando o seu impacto na natureza, nas suas saúdes e na economia. Um depoimento forte do que ainda acontece nas ilhas de Cabo Verde, o seu efeito imediato e o impacto tanto no arquipélago como no mundo inteiro. Produtora/Diretora/Guionista – Samira Vera-Cruz.
O Sonho do Relatador: No documentário, Zeca vive na ilha de São Nicolau, Cabo Verde. Ele vem de uma família humilde e o seu maior sonho é tornar-se um comentador desportivo. Será ele capaz de realizar este sonho apesar de todas as adversidades? Direção/Roteiro/Produção: Emilia Wojciechowska.
Dona Mónica: Documentário que revela um retrato íntimo de Dona Mónica, a 1ª transgênero da ilha de Santiago, Cabo Verde. Dona Mónica leva-nos a um percurso de lutas e conquistas, desde a infância à idade adulta em busca do seu lugar numa sociedade cabo-verdiana católica e conservadora. Direção: Carlos Yuri Ceuninck. Roteiro: Carlos Yuri Ceuninck. Produção: Natasha Craveiro. Direção de Fotografia: Arilson Almeida. Elenco: Dona Mónica.
Kmêdeus: A intrigante história de um misterioso excêntrico sem-teto chamado Kmêdeus (Come Deus). Para alguns, ele era um lunático, para outros, um artista. Mas para todos, ele era e ainda é um mistério. Direção: Nuno Miranda. Produção: Pedro Soulé.
Realizadores e Apresentação
Instituto de Cinema Pano Terra: Fundado em 2022 por cinco premiados e prolíficos cineastas cabo-verdianos: Pedro José-Marcellino (Diretor-Executivo e Curador), Pedro G.D. Soulé (Diretor Financeiro e de Operações), Carlos Yuri Ceuninck e as produtoras Natasha Craveiro e Samira Vera-Cruz. O Pano Terra alavanca as extensas redes artísticas e de produção nacionais e internacionais dos co-fundadores.
Pedro José-Marcellino: É cineasta, autor, politólogo e programador cultural. Filho de mãe transmontana e de pai cabo-verdiano da Ilha do Fogo. Foi jornalista, editor e investigador sobre identidade e migrações antes de trabalhar em política internacional. Co-fundou o Coletivo de Cinema Baobá e é diretor criativo da produtora canadense Anatomia da Errância Filmes. Atualmente desenvolve e produz cinema documental, experimental e de intervenção, bem como ficção narrativa dentro do drama/thriller/procedural político, Neo-Noir e Afrofuturismo.
Juliana Almeida (Jubalina Produções): É produtora, gestora cultural, escritora, roteirista e empresária no audiovisual brasileiro independente, liderando, desde 2013, a Jubalina Produções, que atua no Tocantins em projetos artísticos, especialmente do audiovisual. É diretora e co-produtora do curta “Apoio Cultural”, organiza o Festival Chico de Cinema do Tocantins, e está produzindo e dirigindo a série “Criança de raiz”. Foi coordenadora de audiovisual e diretora de cultura do Estado, gerente de projetos de arte do British Council Brasil, conselheira de audiovisual de Palmas, secretária da Associação Brasileira de Documentaristas e Curtametragistas e em 2021-2023 está conselheira do norte da Associação das Produtoras Independentes do Audiovisual Brasileiro (API).