
Alunos da EJA participam de Oficina de Literatura de Cordel
Cerca de 60 alunos
matriculados na Educação de Jovens e Adultos (EJA) da Escola Municipal Beatriz
Rodrigues da Silva, participaram nesta quarta-feira, 08, da Oficina de
Literatura de Cordel ministrada pelo cordelista Juarês Alencar e técnico da
Gerência de Cultura da Diretoria da Educação Integral da Secretaria Estadual da
Educação Juventude e Esportes (Seduc).
O projeto da oficina de
cordel tem como objetivo o incentivo à leitura por meio da cultura popular
brasileira, uma vez que o cordel permite uma linguagem simples e envolvente e
está presente no cotidiano dos alunos da EJA, muitos de origens nordestina. A
oficina teve início com a apresentação do Cordel “O Programa Vamos Ler”,
desenvolvido pela Seduc.
A oficina que pode ser
ministrada tanto para professores quanto para alunos foi realizada por meio de
um convite das coordenadoras do projeto de Leitura e Produção de Cordel,
desenvolvido pela professora de português Jesuína Rodrigues Dias, em parceria
com as bibliotecárias da escola.
O cordelista Juarês explica
que desenvolve em suas oficinas diversas formas de apresentação da literatura
de cordel, que pode ser cantada, recitada, em forma de teatro de cordel e
também de embolada que de forma descontraída e envolvente vai integrando e
motivando os alunos a participarem das dinâmicas propostas durante a oficina. Ele
ainda acrescenta que o cordel é uma literatura de fácil entendimento e tem se
tornado um importante instrumento didático que pode e deve ser explorado pelos
professores de diferentes disciplinas, visando dinamizar as aulas e desenvolver
várias habilidades: leitura, escrita, produção textual, além de ampliar o
vocabulário, a oralidade e a criatividade dos alunos.
“Fiquei muito feliz com a
capacidade de produção destes alunos, em três horas de oficina não vimos o tempo
passar, os alunos se envolveram de tal forma que o tempo foi insuficiente para
apreciarmos todas as produções. Fiquei muito feliz com o resultado da oficina,
quero voltar mais vezes”, disse Juarês.
A oficina contou com a
participação especial do professor e mestre em literatura de Cordel da Gerência
de Desenvolvimento Científico Educacional, Ary Santos, da Arte Educadora da
Gerência de Educação Integral da Seduc, Cleuda Milhomem, e das técnicas da
Biblioteca, Isabel Dias Neves, e a professora Ana Kamíla da Silva.
A
literatura de cordel
Este gênero literário chegou
ao Brasil no século XVIII, por meio dos portugueses. A poesia popular que é
impressa e divulgada em folhetos ilustrados ganhou este nome, pois era exposta
ao povo amarrada em cordões, estendidos em pequenas lojas de mercados
populares. Esse tipo de literatura se tornou uma das principais formas de
expressão da cultura popular nordestina.
O cordel pode ser dividido
em quintilha (cinco versos), sextilha (seis versos), sextilha (sete versos),
quadrão (oito versos) e décima ou martelo (dez versos). A sextilha é a mais
conhecida. É uma estrofe ou estância de seis versos de sete sílabas, sendo o
segundo, o quarto e o sexto versos, rimados. De baixo custo, geralmente estes
pequenos livros são vendidos pelos próprios autores.