10 abril 2019 às 17:21

Casos de sucesso marcam terceira formação de especialistas em salas de recursos multifuncionais

Formação aconteceu nesta quarta-feira, 10, no Instituto Vinte de Maio


 

A terceira etapa da formação de professores e especialistas das salas de recursos multifuncionais aconteceu nesta quarta-feira, 10, no Instituto Vinte de Maio,  e reuniu profissionais das 53 salas que funcionam em unidades de toda a rede municipal de ensino.

 

 

Dividida por temáticas, a formação busca dotar os profissionais da educação especial de ferramentas para trabalhar com as diversas demandas de alunos da rede e também da comunidade que apresentam necessidades específicas, que extrapolam a sala de aula regular. O evento marcou o início da formação em altas habilidades e superdotação e a apresentação de um modelo único de parecer pedagógico que deve ser adotado em toda a rede.

 

 

Assim como nas etapas anteriores da formação, um espaço é dedicado à apresentação de casos de sucesso que ocorrem nas salas, como  forma não apenas de divulgar o trabalho dos colegas mas, também como exemplos de práticas bem sucedidas passíveis de serem replicadas.

 

 

A professora Lívia Ribeiro trabalha na sala de recursos da Escola Marcos Freire, que fica no Assentamento São João. Para estimular o desenvolvimento cognitivo dos alunos, ela apresentou o Livro Sensorial,  confeccionado  com figuras em cores,  formatos e texturas diferentes propícios à descoberta.

 

 

Da Escola Jorge Amado veio uma experiência que já extrapolou a sala de recursos e expande seus benefícios. Ao perceber que o aluno da Educação de Jovens e Adultos (EJA), Rainel Mário, que também frequenta a sala de recursos no contraturno, tinha habilidades em capoeira, o professor Israel Martins teve a ideia de iniciar um projeto para a prática do esporte, com monitoria de Mestre Mário, como é chamado o agora instrutor. Diagnosticado com deficiência intelectual e dislexia, o desenvolvimento de Mário foi tamanho que o projeto de estendeu aos demais alunos, e atualmente são 20 praticando capoeira. “É uma grande roda com toda a escola”, comemora o professor.

 

 

Em um dia rico em vivências, o mestrando em linguística pela Universidade Federal  do Tocantins (UFT), Cristiano  Pimentel, trouxe sua experiência de superação, mostrando que as dificuldades podem ser superadas com o esforço. Surdo de nascença, ele é graduado em educação física e fluente na língua brasileira de sinais. Com tradução da pedagoga e acadêmica de libras Shirley Mafra, Cristiano enfatizou a língua como instrumento de inclusão de surdos. Para ele, professores que lidam com todas as formas de necessidades especiais devem ser fluentes em libras, uma alternativa à expressão oral que pode ser aplicada não somente a surdos. “Hoje não sou mais mudo. Tenho voz por meio das minhas mãos. Mas antes das libras não era assim”, disse, com tradução de Shirley.

 

 

 

 

Edição e postagem: Lorena Karlla 

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