
Como reconhecer os sintomas de meningite e quais as formas de prevenção
No caso de suspeita, o paciente deve ser notificado e encaminhado imediatamente para unidade hospitalar
No calendário de
datas comemorativas da área de Saúde, dia 24 de abril é o Dia Mundial de
Combate às Meningites. A doença consiste num processo inflamatório das
membranas que envolvem o cérebro e da medula espinhal, causada por diversos
agentes infecciosos, como bactéria, vírus e fungo, além de agente não
infeccioso como traumatismo.
A meningite de origem
bacteriana é causada pela bactéria Neisséria meningitidis (meningococos) e
Haemophilus influenzae, sendo considerada a de maior relevância para vigilância
em saúde, pelo risco de contágio. Por isso, o Grupo Condutor de Doenças
Infectocontagiosas da Secretaria Municipal de Saúde (Semus) faz o alerta para
os principais sinais e sintomas.
“Febre alta que
começa repentinamente, dor de cabeça intensa e contínua, vômito em jato,
rigidez de nuca, prostração e confusão mental e podem surgir manchas vermelhas
na pele, as chamadas petéquias. Em crianças menores de um ano de idade, além
desses sinais e sintomas, podem apresentar irritabilidade e abaulamento de
fontanela (moleira)”, ressalta a enfermeira Alcineia Ferreira.
A transmissão se dá
de pessoa a pessoa, através das vias respiratórias, por gotículas e secreção da
nasofaringe (nariz e garganta) e por contato prolongado, convivência no mesmo
ambiente como residente na mesma casa, creches e alojamentos. “No caso de
suspeita de meningite, o paciente deverá ser notificado e encaminhado
imediatamente para unidade hospitalar, para avaliação médica e exames
laboratoriais do líquor, que é o líquido que envolve o cérebro e medula
espinhal. Caso seja confirmada a meningite, o tratamento é feito com
medicamento específico”, complementa.
Casos
em Palmas
Nos últimos cinco
anos, foram registrados na Capital: cinco casos de meningite em 2014, sete
casos em 2015, nove casos em 2016, oito casos em 2017 e 14 casos em 2018. A
enfermeira reforça que a meningite pode deixar sequelas graves como distúrbio
da linguagem, confusão mental, anormalidade motora, distúrbios visuais e
auditivos e nos casos mais graves poderá haver a necessidade de amputação de
membros devido à gangrena causada pelas lesões na pele, podendo levar a óbito
em poucas horas.
Prevenção
A boa notícia é que é
possível prevenir a doença, tomando alguns cuidados, como higiene corporal e
ambiental adequada; evitar aglomeração; realizar quimioprofilaxia dos contatos
íntimos de caso confirmado das meningites causadas pelas bactérias Neisséria
meningitidis (meningococos) e Haemophilus influenzae; manter o cartão de
vacinas atualizado.
As
vacinas oferecidas gratuitamente pela rede pública previnem contra os vários
tipos de Meningites, veja a seguir quais são:
– A BCG protege
contra meningite tuberculosa e deve ser tomada ao nascer.
– A Meningocócica C
protege contra doenças invasivas causadas pela bactéria Neisséria meningitidis,
a primeira dose é aos três meses de vida, a segunda aos cinco meses e aos 12
meses toma-se o reforço. Mais um reforço deve ser feito na adolescência.
– A Pneumocócica 10
protege contra pneumonia, otite, meningite e outras doenças causadas por
Pneumococo; também são três doses, uma aos dois meses de vida, outra aos quatro
meses e o reforço aos 12 meses.
– A Hib, que está
inclusa na vacina Pentavalente, protege contra meningite e outras doenças
causada por Haemophilus influenzae B; a primeira dose é administrada aos dois
meses, a segunda aos quatro meses e a terceira aos seis meses.
Casos
na Capital por tipo:
2014 – cinco casos,
sendo dois de meningite pneumocócica, um de meningite por outras bactérias e
dois de meningite viral;
2015 – sete casos,
sendo um de meningite pneumocócica, dois de meningite por outras bactérias,
três de meningite viral e um de meningite não especificada;
2016 – nove casos,
sendo um de meningite pneumocócica, dois de meningite por outras bactérias, um
de meningite viral, dois de meningite não especificada e três de meningite
outra etiologia;
2017 – oito casos,
sendo um de meningite por haemophilus, um de meningite pneumocócica, dois de
meningite por outras bactérias, três de meningite não especificada e um de
meningite outra etiologia;
2018 – 14 casos,
sendo um de meningite pneumocócica, seis de meningite por outras bactérias,
três de meningite viral, dois de meningite não especificada e dois de meningite
outra etiologia.