Comunidade de Taquaruçu Grande, em clima de festa, celebra inauguração da ETI Agroecológica Fidêncio Bogo
A escola nasceu com vocação comunitária e está instalada em uma área de seis mil metros quadrados
A
comunidade de Taquaruçu Grande e região celebrou na manhã deste sábado, 03, a
inauguração da Escola de Tempo Integral (ETI) Agroecológica Fidêncio Bogo,
entregue pela prefeita Cinthia Ribeiro, que juntamente com os convidados foram recepcionados por atrações
circenses, conheceram alguns espaços da unidade e participaram de um lanche
coletivo no bosque da unidade.
Durante o evento foram realizadas homenagens aos familiares do professor e escritor, que empresta
seu nome à unidade. A família, presente no evento, cedeu objetos pessoais do
mestre que agora ilustram parte da sua história no saguão da escola. Fazem
parte do acervo a sua máquina de datilografia, a toga da Academia Tocantinense
de Letras (ATL), gaita de boca, livros, computador pessoal, dentre outros.
Personalidades que marcaram a história da conquista em edificar ali aquela
unidade educacional também foram destaque e receberam honrarias durante a
entrega da unidade.
A
Prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro, salientou que o projeto é resultado da
soma dos esforços de grandes homens e mulheres que acreditam na forma
transformadora chamada educação. A gestora enalteceu a importância de todos os
colaboradores envolvidos, agradeceu por tudo que já foi feito e ressaltou que
ainda há muito a se fazer para garantir uma educação com equidade e cada vez
mais humanizada.
A
Secretária Municipal da Educação, Cleizenir Divina dos Santos, salientou a
imenso orgulho em entregar a obra à comunidade e de receber os primeiros alunos
unidade, todos vindos da Escola Municipal João Beltrão.
A
gestora falou que os esforços em direcionar recursos à educação do campo
continuam e que a Secretaria Municipal da Educação (Semed) planeja reconstruir
a Escola Municipal João Beltrão visando melhor acolher toda a demanda de alunos
da região
A
diretora da unidade, Joselaine Queli Fiameti, destaca que o projeto nasce do desejo
de concretizar as políticas públicas para a educação do campo após uma
reorganização pedagógica e curricular rumo a uma qualificação mais efetiva e de
qualidade e de direito aos sujeitos que residem no município de Palmas. De
acordo com a gestora, a ETI concretiza o grande avanço das políticas públicas
voltadas para a educação do campo no município de Palmas.
Ela
relata que a comunidade de Taquaruçu Grande luta pela sua identidade, pela
preservação, por esse ecossistema e a escola contribui com esses valores e
princípios da sustentabilidade, da ética, da vida, bem como dos elementos da
economia solidária, do empreendedorismo sustentável, e segue com várias
conexões para que o projeto formativo do aluno se concretize de maneira
significativa e contextualizada.
A
gestão enfatiza que os diversos espaços pedagógicos e vivencias na área da
piscicultura, horticultura, avicultura, agricultura e avicultura, trazem traços
de que é possível produzirmos com tecnologia, reaprender algumas práticas da
agricultura tradicional, incorporar elementos novos nesse processo pedagógico e
reconstruir com o aluno um olhar diferenciado com uma demanda propositiva e
significativa, trazendo toda a comunidade como elemento nesse processo, como
colaboradores da produção e agentes transformadores. “O currículo tem essa
dimensão social, humana e planetária”, resume Queli.
Escola
com vocação comunitária
A
escola nasceu com vocação comunitária e está instalada em uma área de seis mil
metros quadrados doados pela Arquidiocese de Palmas, dos quais mil metros
quadrados são às margens do Ribeirão Taquarussu Grande, destinados à
preservação permanente.
Sua
importância já foi identificada pela comunidade, que teve efetiva participação
na concretização do projeto por intermédio da Associação de Moradores Água
Doce, que poderá usufruir das instalações, sobretudo para dar continuidade às
ações socioambientais que já são desenvolvidas na localidade.
Cientes
de que a proposta da escola requer demonstrações e atividades práticas com os
alunos, a equipe técnica da Secretaria Municipal da Educação (Semed) e os
gestores investiram no que são consideradas inovações pedagógicas, a exemplo do
sistema de criação de peixes em tanque, o cultivo agroecológico e a criação de
abelhas nativas sem ferrão. O abastecimento de energia da escola é feito pelo
sistema de geração fotovoltaica local.
A
criação de peixes é uma tecnologia integrada para produção de alimentos,
aproveitando a recirculação de nutrientes e água para uso na irrigação e
adubação das hortas. O tanque instalado na ETI Fidêncio Bogo tem 4,40 metros de
diâmetro e um raio de 2,20 metros, e foi construído com a participação dos
alunos da rede municipal com materiais reaproveitados, como papelão e estacas
de eucalipto. No tanque foram soltos 15
alevinos para povoamento, que servirão tanto como objetos de estudo como
alimento aos alunos.
Sistema
Agro Florestal (SAF) implantado na escola é outra técnica que alia conhecimento
à produção real. A ideia é apresentar a inclusão permanente e cooperação entre
espécies frutíferas e árvores nativas de grande porte para produção de alimentos
e sem agressão ao meio ambiente. As frutíferas do tipo goiaba, caju, açaí,
acerola, pitanga, bananeiras, além de hortaliças e tubérculos, interagem com
espécies originárias da região.
Tema
de grande importância, a preservação das abelhas nativas sem ferrão é tema do
currículo da escola. A meliponicultura, que é a criação das abelhas sem ferrão,
é divulgada e incentivada nas propriedades rurais como uma opção de renda e
também como meio de preservar os essenciais polinizadores que a natureza provém.
São 30 caixas instaladas na área de preservação permanente com espécies nativas
como tiúba, uruçu amarela, marmelada e jataí, destinadas à educação ambiental e
produção de mel.