Diálogos sobre as vulnerabilidades que implicam nos transtornos mentais e a rede de apoio para atendimento de pessoas que passam por sofrimento psíquico foram temas debatidos no webnário ‘Setembro Amarelo: Determinantes Sociais da Saúde Mental’, encerrado na manhã desta quarta-feira, 29. O evento on-line contou com a parceria com a Secretaria da Saúde (Semus), por meio da Coordenação Técnica de Causas Externas.

A coordenadora do programa de Residência Multiprofissional em Saúde Mental da Fesp, Ludimila Prestes, explica que aqueles que não puderam participar do evento em tempo real, podem conferir a qualquer momento, já que todo o conteúdo dos três dias de debates está disponível no canal da Fesp no YouTube, onde foi transmitido. 

“Como está sendo nossa convivência com nossa família, eu enquanto pessoa no meu dia-a-dia?” Com esta reflexão a preceptora da Residência e psicóloga da Semus que atua na USF Valéria Martins, Thaydja Campos, destacou a importância de um ambiente familiar favorável, além da terapia e medicação. “A pessoa não é só ansiedade e sofrimento, ela tem uma casa, uma família, por isso temos que ajudar a fortalecer essa rede trabalhando em parceria com os pontos de apoio para além das práticas de saúde como a rede de educação, conselhos, judiciário, terceiro setor, trabalhos filantropos religiosos, pois não são apenas os trabalhadores da saúde que podem resolver esses problemas”, destacou, acrescentando os desafios de atendimento durante a pandemia, “tivemos que nos reinventar e contar com o teleatendimento, videochamadas e consultas on-line”.

A Atenção Primária é a porta de entrada para a saúde por meio das Unidades de Saúde da Família (USFs), onde as equipes estão preparadas para receber pessoas em sofrimento e prestar atendimento na própria unidade ou encaminhar para outros equipamentos como os Centros de Atendimento Psicossocial (Caps), caso necessário. A Rede Municipal de Saúde conta com dois Centros, o Caps II que funciona de segunda a sexta; e o Caps/AD que trata de usuários de álcool e outras drogas. Os dois atuam no sistema ‘porta aberta’ (o paciente pode ir direto sem necessidade de encaminhamento), sendo que o CAPS/AD funciona de segunda a segunda, 24 horas.

“Todos os transtornos causados pela pandemia como falta de emprego e renda, privação de direitos básico, falta de interação social e outras questões levaram as pessoas a aumentar o consumo de álcool ou drogas. Percebemos ainda que muitas pessoas que não faziam uso de nenhuma substância química começaram a usar. Isso pode ser observado devido ao alto número de pessoas que passou a procurar algum tipo de apoio e hoje estamos com cerca de 300 pacientes, cada um com atendimento específico”, observou a psicóloga do Caps AD III, Priscylla Cassol.

Rede de Apoio

Um dos serviços mais conhecidos em todo o País para pessoas que passam por algum transtorno psíquico e precisa de apoio é o Centro de Valorização da Vida (CVV), onde a pessoa pode ser acolhida por meio de ligação gratuita pelo telefone 188.

Já na Rede Municipal de Saúde, as pessoas que necessitarem de acolhimento devem procurar um dos serviços abaixo, ofertados de segunda a sexta-feira:

USFs: Unidades de Saúde da Família (USFs). Confira aqui a mais próxima de sua casa com respectivos endereços, contatos e horário de funcionamento. 

Caps II. Telefone: (63) 3212-7831.

A população pode contar ainda com serviços de atendimento 24 horas, de segunda a segunda: Caps/AD III nas região centro, em frente à Igreja São Judas Tadeu. Telefone: (63) 3212-7868.

Samu: Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Telefone: 192 (ligação gratuita)

UPAs: Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) Norte e Sul. Confira aqui a mais próxima de sua casa com respectivos endereços e contatos.