17 maio 2024 às 12:14

Fazendinha do Calor Humano segue aberta aos pequenos produtores mesmo com o fim da Agrotins 2024

Unidade demonstrativa é exemplo de que é possível ter produção agrotecnológica sustentável e lucrativa, mesmo em pequenas propriedades

A participação da Fazendinha do Calor Humano na Agrotins 2024, que se encerra nesta sexta-feira, 17, foi um sucesso estrondoso, destacando a importância da agricultura familiar e as novas perspectivas para a produção agrotecnológica sustentável, mesmo em pequenas propriedades. Desenvolvida pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural (Seder), a unidade demonstrativa trouxe inovações que prometem transformar a rotina dos pequenos produtores e reforçar a merenda escolar das crianças da rede municipal de ensino com peixes e alimentos frescos produzidos no local. No entanto, os pequenos produtores de Palmas terão acesso contínuo às tecnologias e práticas sustentáveis lá demonstradas, garantindo, através da assistência rural, uma produção mais eficiente e ambientalmente responsável. 

A Agrotins 2024 trouxe o tema: “Bioeconomia: Vida Produzindo Vida”, nessa perspectiva a Fazendinha apresentou diversos projetos inovadores. Um dos destaques foi o projeto-piloto de cultivo protegido, que será implementado nas hortas comunitárias da Capital, permitindo que os produtores desenvolvam suas próprias mudas de hortaliças de maneira protegida. O cultivo em estufa promete aumentar a produtividade e a qualidade dos cultivos, assegurando um abastecimento contínuo de alimentos saudáveis.

Bioeconomia

O campo de mandiocultura da Fazendinha foi um exemplo prático de bioeconomia. Utilizando o resíduo de palha do milho plantado anteriormente, foi possível realizar o plantio direto das manivas, com o material orgânico servindo de adubo e ajudando na retenção de água no solo. Esta técnica não só economiza na compra de insumos, como também na irrigação, proporcionando um manejo mais sustentável e eficiente. As mandiocas cultivadas na Fazendinha servirão como campo multiplicador de manivas, sem custo, para o pequeno produtor.

Outro exemplo significativo de bioeconomia foi a plantação de feijão que, além de ser uma cultura rentável, é utilizada em plantios rotacionais por sua capacidade de fixar nitrogênio no solo. Segundo o engenheiro agrônomo Evaldo Pereira, responsável pela Fazendinha, o nitrogênio é essencial para o crescimento das plantas, especialmente nas fases iniciais, e é um elemento frequentemente escasso nos solos brasileiros.

A exposição de tanques escavados foi outro ponto alto, mostrando como a água dos tanques pode ser utilizada para irrigar plantações de banana e maracujá. Esta água, rica em fósforo e potássio, é crucial para o desenvolvimento dessas culturas, demonstrando mais uma vez a viabilidade de práticas agrícolas sustentáveis.

Criações

A Fazendinha trouxe ainda uma variada exposição de animais e cultivos: minivacas, vacas leiteiras, cabras, peixes em tanques elevados e suspensos, seis variedades de mandioca e cinco variedades de capim forrageiro. 

Além disso, produtores de origem animal certificados pelo Selo de Inspeção Municipal (SIM) estiveram presentes, mostrando a diversidade e a qualidade dos produtos locais. A Fundação de Meio Ambiente (FMA) participou distribuindo mudas de espécies nativas, orientando sobre reciclagem e processos de compostagem, enquanto a Secretaria Municipal de Educação (Semed) destacou o Projeto Germinar, que desenvolve hortas nas escolas municipais, fomentando a educação ambiental e alimentar desde a infância.


Texto: Wédila Jácome