Fesp, 5 anos formando profissionais e contribuindo para melhorias no Sistema Único de Saúde
Profissionais contam como a formação, aliando prática e teoria, contribuiu para o desenvolvimento profissional
A Fundação Escola de Saúde Pública de
Palmas (Fesp) completa cinco anos de criação (Lei nº 2014/13) nesta segunda-feira,
17, com bons motivos para comemorar. Desde a contribuição para a melhoria dos
serviços prestados pela rede de saúde municipal até a formação dos
profissionais que atuaram ou que atuam como residentes por meio de algum dos
programas de residência ofertados pela instituição, a Fesp tem feito à
diferença no Sistema Único de Saúde da Capital (SUS).
Exemplos de profissionais engajados
por fortalecer o SUS e que deram um salto na carreira após participarem dos
programas de residências da Fesp não faltam. A lista é grande e passa por
diversas áreas como Medicina, Enfermagem, Nutrição, Psicologia, Fisioterapia,
Veterinária.
Graduada em Medicina pela
Universidade de Gurupi, Fernanda Rosa Luiz fez o internato em Palmas e na
sequência foi selecionada para participar da primeira turma do programa de
Residência em Medicina de Família e Comunidade da Fesp. Foi sua primeira experiência
profissional, atuando nos Centros de Saúde da Comunidade da Arse 82 e Arne 53,
nos anos de 2014 a 2016. Após tornou-se preceptora do programa e hoje é
supervisora, além de compor o quadro de médicos concursados da Prefeitura de
Palmas.
“A medicina de família ampliou meu
olhar para o cuidado integral do paciente, para entendimento da gestão do SUS.
É uma especialidade que realmente eu sou muito contemplada de ter feito, porque
é o que eu gostaria de fazer e nós temos uma residência hoje com muita qualidade.
Então fazer parte desse processo pioneiro foi bom e dar continuidade a ele com
a supervisão do programa também tem sido enriquecedor”, destaca Fernanda.
Para ela, a maior contribuição que o
programa de residência médica da Fesp tem dado ao SUS da Capital é o
atendimento mais resolutivo. “Estamos formando médicos com uma clínica mais
ampliada, são médicos mais resolutivos, que têm uma habilidade, uma competência
maior em resolver problemas, em aceitar críticas e gerenciar o processo de
trabalho, fazer a gestão da clínica. São mais completos, mais autônomos, mais
proativos nos processos de trabalho”, analisa a supervisora que se prepara para
iniciar, em janeiro, o mestrado em Família da Família pela Associação
Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco).
Da Residência ao doutorado
A nutricionista Maria Irene de Castro
Barbosa é um bom exemplo. Assim que concluiu a graduação pela Faculdade de
Nutrição da Universidade Federal de Goiás, ela mudou para Palmas após ser
selecionada para participar da Residência Multiprofissional em Saúde da Família
e Comunidade (2014/2016), oportunidade em que atuou no Núcleo de Apoio à Saúde
da Família junto às comunidades atendidas pelos Centros de Saúde da Comunidade
Taquari e Lago Sul.
“A residência foi a minha primeira vivência
profissional e não poderia ter aparecido uma oportunidade melhor. Foi um
período de intenso crescimento profissional e pessoal. E a meu ver isso se
deve, em grande parte, à dinâmica empregada no processo educativo e formativo
do residente. Por meio das tutorias, podíamos trocar experiências, discutir
casos, refletir sobre as nossas práticas, construir novos conhecimentos, em
âmbito uni e multiprofissional. Conseguíamos realizar, com frequência, reuniões
para discussão de questões que precisavam ser melhoradas. E nesses momentos
conseguíamos ser ouvidos! Isto é algo fabuloso!”, relata Maria Irene.
Quando concluiu a residência, Maria
Irene mudou-se para Rio de Janeiro, onde fez o mestrado em Nutrição Humana,
pela Universidade Federal do Rio de Janeiro; retornou para Goiás atuando em
projetos na sua área de formação; e agora em 2019, iniciará o doutorado em
Nutrição Humana pela Universidade de Brasília (UnB).
Qualificados para o SUS
Outro exemplo é a enfermeira Patrícia
Mendonça que foi residente pelo programa de Saúde Coletiva com ênfase em
Vigilância em Saúde nos anos de 2013 e 2014 e hoje atua no Hospital de Doenças
Tropicais da Universidade Federal do Tocantins, em Araguaína, como servidora
federal concursada desde fevereiro de 2017. Durante os dois anos de residência,
ela atuou na área técnica de Doenças Infectocontagiosas (HIV/AIDS, Hepatites
Virais e Sífilis) da Rede de Atenção Primária da Secretaria Municipal de Saúde
(Semus). “O período enquanto estive como residente foi de extremo aprendizado e
compartilhamento de saberes e práticas. Mas além de oferecer conteúdo técnico e
de formação, considero que esta residência também mobilizou mentes e corações,
abrindo um espaço de debate político e de gestão sobre o SUS. Quebrou
paradigmas e transformou a Rede de Saúde de Palmas, pois hoje o Programa de
Residência em Palmas é referência em todo País”, considera.
Para a enfermeira, o engajamento dos
profissionais envolvidos e o apoio dado pela gestão contribuiu para a
implantação de projetos de intervenção que eram necessários na rede. “O que
mais me marcou como residente foi ver que a partir do trabalho que realizei com
os demais profissionais, conseguimos melhorias importantes na saúde da
população. Os dois anos como residente foram essenciais para minha formação
profissional e pessoal, pois vivenciei não apenas as questões técnicas da área,
mas pude compartilhar e aprender com os demais profissionais e pacientes
atendidos, valores indiscutíveis”, afirma Patrícia, relembrando que ao concluir
a residência foi convidada pela gestão para integrar o Plano Municipal de
Educação Permanente em Saúde, coordenando o Programa de Educação Permanente em
Vigilância em Saúde para os profissionais da rede.
Outro profissional que alçou voos
maiores e que atribui as conquistas ao período em que foi residente pela Fesp é
o médico veterinário Pedro Alexandre da Silva Alencar que atuou pelo programa
de Saúde Coletiva (2016/2018) na Unidade de Vigilância e Controle de Zoonoses
de Palmas (UVCZ). Pedro avalia que a residência oportunizada aos médicos
veterinários é fundamental uma vez que há poucas qualificações para esses
profissionais no âmbito do SUS, se comparada a outras áreas da saúde.
“A principal contribuição foi
pessoal, aprendendo a me colocar como ator nas esferas de trabalhos e usuário
do SUS, lembrando que as duas são indissociáveis para nós da área da saúde.
Ainda no final da residência decidi enveredar-me pelo universo dos concursos
públicos, nesse ponto a pós-graduação colaborou para que eu atingisse nos três
primeiros concursos a colocação de segundo classificado, e em um desses fui
chamado, atualmente estou concursado quadro da saúde do município de Gurupi”,
relata o médico veterinário que atua no Centro de Controle de Zoonoses da
cidade. “Empenho funções de controle de reservatórios e planejamento de ações,
sendo as mesmas funções que lapidei durante a especialização. Então fica claro
o papel da residência na preparação e produção de profissionais capacitados e
competitivos para o mercado de trabalho, principalmente público”, conta.
Edição e postagem: Lorena Karlla