“Só a Arte Salva”, é o recado final do cineasta Ingmar Bergman no filme o “Sétimo Selo”, que abriu a Mostra Centenário Bergman nesta quinta-feira, 27, no Cine Cultura. Após exibição do filme foi realizado um bate-papo com o professor de filosofia Paulo André Machado Kulssar. A Mostra, resultado de uma parceria entre a Fundação Cultural de Palmas (FCP) e a embaixada da Suécia, segue até 31 de julho, com exibição de cinco filmes. 

Filmado no período do pós-guerra, em 1957, e sob o manto da Guerra Fria, o “Sétimo Selo” trata da dualidade entre vida e morte, razão e fé, tendo na cena no duelo de xadrez entre o protagonista e a morte, sendo uma das cenas mais emblemáticas e clássicas do cinema mundial. “O filme remete ao momento em que foi gravado, em que se vive a presença constante da morte em razão do pós-guerra e da Guerra-Fria”, explicou o professor da Universidade Federal do Tocantins, Paulo André Machado, apreciador e pesquisador da obra de Bergman.

Outra característica apontada pelo professor é a escolha estética pelo preto e branco, mesmo já havendo a disponibilidade do tecnicolor. “O preto e branco é um recurso que melhor representa a morte”, disse ao explicar também que, em o “Sétimo Selo”, Bergman teve liberdade de criação, e que este foi um filme de baixo custo, mas que levou reconhecimento ao diretor.

Se em todo o filme, o protagonista busca a presença de Deus e desafia a morte em um tempo de pouca esperança, esta é retratada na família de artistas mambembes, responsáveis pela representação da luz e do amor, e pela mensagem final, se a morte é invencível, a arte permanece.

Os questionamentos sobre vida e morte, a presença de Deus, a intolerância religiosa faz com que o “Sétimo Selo” permaneça atual, tanto quanto seu diretor, que influenciou grandes diretores contemporâneos como Lars Von Trier e Woody Allen.

Centenário Bergman

Em comemoração ao centenário do premiado diretor Sueco, Ingmar Bergman, a FCP em parceria com a Embaixada da Suécia promove a Mostra Centenário, Bergman, de 26 a 31 de julho. Considerado um gênio da sétima arte, premiado por festivais como Cannes, Veneza e Berlim, e também pela Academia de Hollywood, Bergman assinou ao longo da carreira mais de 70 produções, entre cinema e televisão, sem contar as muitas peças de teatro e de rádio também feitas por ele.

Sua extensa lista de premiações inclui três Oscars de Melhor Filme Estrangeiro por “A Fonte da Donzela” (1960), “Através de um Espelho” (1961) e “Fanny e Alexander” (1982); seis prêmios no Festival de Cannes e muitos outros nos festivais de Berlim e Veneza.

Distribuída pela FJ Cines, a Mostra exibe os filmes: “Persona”, “Sonata de Outono”, “Gritos e Sussurros”, “O Sétimo Selo” e “Morangos Silvestres”. As cópias estão em formato Digital Cinema Package (DCP), restauradas para celebrar o centenário do mestre sueco.

Serviço:

Mostra Centenário Ingmar Bergman

Local: Cine Cultura – Espaço Cultural José Gomes Sobrinho

Data: de 26 a 31 de julho às 18h e às 20h

Entrada: R$ 20 inteira R$ 10 meia

Sexta: 27/07

18h – Persona

20h – Gritos e Sussurros

Sábado: 28/07

18h – Sonata de Outono

20h – Morangos Silvestres

Domingo: 29/07

18h – O Sétimo Selo

20h – Gritos e Sussurros

Segunda: 30/07

18h – Sonata de Outono

20h – Morangos Silvestres

Terça: 31/07

19h30h – Gritos e Sussurros + Diálogos Filosóficos 

1/1