“A grande dificuldade do produtor é vender seus produtos, mas em Palmas temos um amplo mercado para o pequeno agricultor”, enfatizou o secretário municipal de Desenvolvimento Rural (Seder), Thiago Dourado, durante qualificação promovida pela pasta aos produtores da cadeia leiteira e àqueles que desejam iniciar no segmento. Na oportunidade, produtores receberam orientações de técnicos da Seder, Embrapa, Secretaria Municipal de Educação (Semed) e da Caixa Econômica Federal para tornar a cadeia em Palmas mais produtiva, com orientações sobre crédito, como vender para o poder público e como produzir mais com menor custo.
O encontro aconteceu na manhã desta terça-feira, 18, na região de chácaras do Coqueirinho e contou com a participação de produtores leiteiros e de laticínios. Em conversa com os produtores, o secretário explicou sobre o potencial do segmento, uma vez que em Palmas se consome diariamente 60 mil litros de leite e tem se produzido apenas 4 mil litros.
“Estamos trabalhando para organizar e fomentar essa cadeia produtiva, visto que temos um potencial enorme de produzir aqui e entregar. Dentre esses potenciais é há a merenda escolar. Palmas tem 44 mil alunos que consomem leite todos os dias em várias refeições. Por isso, trouxemos profissionais da Semed para aproximar o produtor desse mercado institucional, para que eles possam entregar e abastecer a rede municipal de ensino”.
Responsável pelo setor de licitação da Semed, Najla Bastos, exemplificou que atualmente a secretaria tem contrato assinado em R$ 4 milhões com a agricultura familiar para abastecer as escolas, destes, R$ 1 milhão é só para a aquisição de leite. “Atualmente temos 44 mil crianças matriculadas na rede municipal, de 6 meses de idade até o 9º ano do ensino fundamental, e muitas delas têm cinco refeições diárias na escola”. Najla, desmistificou o processo de compra do poder público do pequeno produtor, explicando que é mais simplificado, por meio de chamamento público, podendo participar tanto associações, como o agricultor individual.
Adão Rocha é produtor de gado leiteiro e de laticínio, a exemplo de iogurte, leite pasteurizado, queijo ralado e mussarela. Para ele o grande desafio do produtor é romper com os paradigmas. “O produtor precisa estar aberto às novas tecnologias para produzir mais e todos aqueles que quebraram esses paradigmas estão produzindo muito mais e com qualidade”.
Maior produção com menor custo
Também foram apresentados os dados do programa Balde Cheio, que em Palmas tem a parceria da Embrapa com a Seder. Pedro Henrique Rezende, zootecnista da Embrapa, explica que o projeto tem o objetivo de produzir leite com base a pasto, que é a alimentação mais barata e viável ao produtor. Todo esse conhecimento é aplicado na região e os dados ali gerados são utilizados para influenciar outros produtores. Os dados apresentados sobre o Balde Cheio demonstraram que é possível em apenas dois hectares produzir diariamente 205 a 300 litros de leite por dia.
O produtor de gado de corte há 24 anos na região Adão Odilon Filho participou da reunião pois vislumbra a possibilidade de começar a investir em gado leiteiro. “Eu tenho uma pequena área, não achei que fosse possível ser produtor de gado leiteiro, por isso vim hoje aqui para poder aprender mais sobre o seguimento e me ajudar a decidir”.
Crédito Rural
Outro fator importante ao produtor rural é ter linha de financiamento com juros baixo, por isso, na oportunidade o gerente geral da Agência Agro da Caixa Econômica Federal em Palmas, Jovane de Souza, levou aos produtores as linhas de custeio e de investimento para cadeia agropecuária. A instituição oferece linha de crédito ao pequeno produtor com juros de 5 a 6% ao ano e ao médio produtor, juros de até 8%.