A Escola Municipal Paulo Leivas Macalão, na quadra Arno 43, está inovando o ensino de matemática com uma proposta criativa e prática, envolvendo todas as turmas do 1º ao 4º ano. O projeto Profissão Estudante propicia que a criança reflita acerca da rotina da vida adulta, vivencie como é ganhar seu salário, administrar os ganhos e usufruir dos benefícios, e traz de forma lúdica os fundamentos da educação financeira. O projeto permeia os pilares da educação propostos pela Unesco, as aprendizagens consideradas fundamentais para o desenvolvimento de uma pessoa, contribuindo para sua formação como cidadão.
No início do mês, os professores recebem uma ficha para anotar o desenvolvimento do aluno diariamente, e distribui as moedinhas de acordo com os critérios de participação e envolvimento nas atividades. No último dia do mês, são organizadas estações com oportunidades para o aluno gastar o dinheiro conquistado.
A proposta de elaborar e resolver problemas de adição e subtração envolvendo números de até dois algarismos, com suporte de imagens ou material manipulável e usando estratégias e formas de registro pessoais, deu certo e cativou a comunidade escolar. Os resultados foram surpreendentes após a primeira edição, com significativa mudança de comportamento e elogios da comunidade externa.
Uma pesquisa pela continuidade apontou 100% de avaliação positiva, o que motivou a segunda edição, cuja culminância aconteceu nesta sexta-feira, 29, quando os alunos tiveram a oportunidade de gastar suas moedinhas de brinquedo obtidas durante todo o mês, comprando picolés, pipoca e algodão doce, ou ainda acessando o pula pula, o escorrega ou a piscina de bolinhas.
Toda escola é mobilizada para o evento, que contempla sobretudo as habilidades matemáticas, mas contempla outras funções. Por meio do projeto, é possível fazer observações quanto ao comportamento, falta de material escolar, infrequência e atividades de casa e em sala por fazer, dados que fortalecem a proposta e fornecem subsídios para intervenção.
A diretora da escola, Francisca da Silva Duarte, considera que o projeto é interdisciplinar, pois contempla todas as disciplinas e tem como objetivos desenvolver a autonomia, pois ao administrar as moedinhas, gastar dentro do proposto, fazer cálculos para saber quanto pode ser gasto propicia mais que a apropriação do sistema numérico, da simbologia do número e seu uso no cotidiano. “O aluno começa a trabalhar a educação financeira, a ter noção do valor das coisas, a tomar decisões, a fazer escolhas. É um laboratório para a vida, um ensino para a vida inteira que começa no ensino fundamental”, avalia.
O aluno Davi Dias, do terceiro ano, está gostando da experiência. “Estou aprendendo matemática. Agora mesmo, já gastei um pouco do meu dinheiro, e sei o quanto ainda posso comprar com ele”, afirma entusiasmado.